O Sporting Clube de Portugal foi fundado a 1 de julho de 1906. Volvidos mais de cem anos, em matéria de futebol, o Sporting é hoje um dos “grandes entre os grandes” tendo-se instalado acima de tudo, como refere António Maria Coelho de Carvalho, o imperativo de ganhar Campeonatos e Taças. O Clube move multidões, gera fortes emoções mas também uma indesejável irracionalidade, sofrendo altas pressões que conduzem a caminhos de difícil retorno. Porque não confiar que a verdadeira paixão pelo Sporting tenderá a prevalecer sobre momentos negativos, mesmo se de derrotas se tratarem, e ler, cuidadosamente e de coração aberto “Salvar o Sporting”, contributo profundamente sentido de António Maria Coelho de Carvalho, sportinguista desde sempre.
Nascido em 1928, no Pátio do Marechal, à beira de Alfama, em Lisboa, fez o Liceu no antigo Gil Vicente e passou, de raspão, pelo Técnico em 1946. Sócio do Sporting em 1941, ainda viu jogar o Mourão, o Soeiro, o Pireza e o João Cruz e a equipa dos 5 violinos. Quatro anos no Aeroporto de Santa Maria, como controlador de tráfego aéreo, afastaram-no do Sporting para onde voltou nos finais dos anos 50 para fazer parte do Conselho Geral. Amargurado com a falta de democracia interna e com a demasiada hegemonia que o futebol começava a ter na vida do Sporting, saiu de sócio em 1966. Na mesma altura saiu da TAP, onde era instrutor de “link- trainer” e ingressou no Departamento da Qualidade da Metalúrgica Duarte Ferreira, em Tramagal. Foi director do Tramagal Sport União onde procurou desenvolver o atletismo. Continuou a sofrer pelo Sporting e a criticar as “loucuras” cometidas pelas sucessivas Direcções, mas em 2013 achou que não era correcto criticar sem ser sócio e pediu novamente a sua inscrição. Sportinguista romântico, considera que o papel dos clubes desportivos deveria ser a difusão da educação física e não a alienação induzida pelo futebol-negócio, causa da morte a curto ou médio prazo dos clubes que alimentam o futebol profissional a “alto-nível”... de podridão