A qualidade ficcional de Luís Miguel Fernandes revela-se na capacidade para construir estados psicológicos de personagens marcantes e revelar o inverosímil e paradoxal do que é profundamente humano e absurdo na existência, janelas abertas sobre o perturbador puzzle da solidão e da morte. Num jogo de tempos e de espaços concebido de maneira primorosa, “Animais de Abraços incompletos” é uma narrativa intensa, inquietante e desconcertante, recortando e transpondo as perceções e os sentimentos mais penosos que a vida obriga a experimentar.
nascido em Setúbal, em 1987 num 29 de novembro chuvoso. Dessa madrugada lembra-se pouco. Sabe que começou desde cedo a incomodar as pessoas com imposições suas e manias várias. Enfim, anos passaram até desenvolver com preciosa obsessão o seu primeiro vício - ler. Cresceu o suficiente e agora é terapeuta de crianças. Concorreu a diferentes concursos de escrita criativa, com pequenos contos, fotografias em texto. Animais de abraços incompletos é a sua primeira longa narrativa, fruto de muito querer e de um bom punhado de fortes ideias que foi tendo ao longo dos anos. Talvez punhado seja uma expressão de um narcisismo ligeiramente exagerado, uma ou duas ideias fortes. Isso, uma ou duas. Anda há uma vida a pensar escrever histórias, a desejar partilhá- las como se partilha um bom vinho e se parte o pão para uma mesa cheia.