Um olhar atento e inconformado sobre a realidade dos sem-abrigo fez nascer uma obra onde a voz poética de Nuno Marques e a fotografia de Carlos Pimentel se cruzam para apresentar histórias de mulheres e homens que a pobreza extrema, um dia, colocou na rua. “Os Invisíveis” é uma mensagem inquietante que choca, atormenta, faz doer fundo na consciência de cada um e exige não só reverter a banalização da pobreza e do abandono como compreender que ser sem-abrigo não é, forçosamente, um estado irreversível.
Considera-se fotógrafo desde o tempo em que lhe perguntavam o que queria ser quando fosse grande. Nasceu em 1973 no Alentejo, na vila de Fronteira. Iniciou a sua caminhada na fotografia em 1992. Sempre com a fotografia como amante e profissão passou por diferentes áreas, desde a fotografia comercial, fotografia artística e agora, presentemente, mais ligado ao fotojornalismo como freelancer. A ideia de retratar a condição humana esteve sempre bem patente nas suas fotografias. Exemplo disso, são os trabalhos fotográficos que realizou em Angola, Moçambique, Marrocos e Cabo Verde. Fotografar pessoas, foi quase sempre o motor impulsionador para mais de uma dezena de exposições individuais. A temática das pessoas sem-abrigo foi algo que sempre o preocupou e interessou bastante. Desde 2010 que retrata em fotografias esta condição humana.
É natural da Murtosa e vive na Covilhã. É Professor de Matemática mas uma maravilhosa parte do seu tempo é dedicado à escrita. Não gosta de ter pouco para fazer e por isso mergulha com grande paixão em vários projetos, quer sejam profissionais, lúdicos ou apenas porque valem a pena. Poesia a gosto e humor q.b. são os melhores ingredientes para manter o espírito jovem. Tem quatro livros publicados até agora: Momentos 100tidos (2011), Perturbações (2014), Sem Chumbo 95 - fostendes vós que o matárendes? (2015) e Ú Russanão - crónicas do absurdamente possível em alemão, (2017). Esta é provavelmente a obra que mais o realizou e que continua a servir-lhe de lição de vida.