Apaixonado pelo silêncio, a terra e a saudade, a vida pulsa no caminho poético de Paulo César latejando sobre passado e presente numa despojada contemplação de si mesmo e do mundo que o rodeia. Entre o que se transforma e o que permanece imutável, os poemas que compõem a obra “Meta-Morphosis” fixam instantes no tempo, decantam lugares e experiências e fazem ressoar inquietações e afetos através da voz interior do poeta.
É o pseudónimo literário de Victor Manuel da Clara Dias, de 64 anos, nascido ribatejano, na aldeia e freguesia de Chancelaria, em Torres Novas. É casado desde 1982 e tem dois filhos maiores e uma netinha. Reside desde então na Margem Sul do Tejo. Nasceu pobre, de pais assalariados agrícolas, numa família de camponeses sábios das coisas da terra e do labor das sementeiras, searas, podas, enxertias e jeiras. Cresceu no chão dos campos, sobre um saco de serapilheira ou uma manta velha, à sombra das árvores de fruta, enquanto as hortas eram regadas e os canteiros eram cuidados. Quando chegou o tempo da escola, por volta dos cinco anos, foi morar na vila mas ainda e sempre no meio do campo, em quintas que o viram crescer rapaz e depois homem, com a humildade e naturalidade de quem conhece a terra e a ama, apesar dos sonhos de voos mais longínquos e mais altos. Por volta dos 17 anos, despertou em si o desejo irreprimível de se exprimir através da poesia, continuando a escrever até aos dias de hoje.