A mais recente obra de Manuel Nunes acontece no interior rural de Portugal, entre 1936 e 1974. É uma narrativa ficcionada, com personagens a quem empresta uma elevada e conflituada densidade emocional cruzando, simultaneamente, defensores dos ideais republicanos e do regime político do Estado Novo com a sinuosa estrutura clerical da igreja católica. Mas, sobretudo, não é possível ficar alheio ao engenho literário de Manuel Nunes que, tirando partido da expressividade sensorial do nosso idioma, constrói um relato vibrante e absorvente que mescla uma exuberante e erudita textura verbal com o pitoresco vocabulário regional e o insinuante linguajar popular.
Nasceu no concelho de Pampilhosa da Serra, em 1953. A sua formação académica superior centra-se principalmente nas áreas da Filosofia (Universidade de Coimbra) e da Teologia (Instituto Superior de Estudos Teológicos de Coimbra). É autor de várias obras de índole predominantemente teológica, filosófica e pedagógica.