Existe uma imediata empatia com “Maria”, efetivamente cheia de graça, pela forma simples, cativante e bem humorada como a personagem criada por Cláudio Barradas transporta o leitor para uma história que se desenrola nas páginas do seu diário, cofre de todo o conturbado enredo. Mas, para além da leveza de fios narrativos bem encadeados, o autor transfere para “Maria” uma envolvente profundidade psicológica, acentuada em pausas textuais de imersão introspetiva de elevada densidade literária.
Sonhou ser filósofo, passou por Direito, Relações Públicas e Publicidade e mais tarde em Administração e Políticas Públicas, no ISCTE. De Lisboa, atravessou o rio para sul e mais tarde o oceano. Regressou. Escreve em desabafo rabiscos para um papel desde que se lembra. Escreve porque sente, porque nas palavras se revê. Estreou-se na escrita com poesia, através do “Sentimento em Si”. “Para todo o Sempre” foi o seu primeiro romance, um livro que retrata “José” e que nos levou pelos caminhos da sua imaginação e do seu amor pela vida. “Maria, Cheia de Graça” é o culminar de seis anos de maturação, resiliência e, sobretudo, de amor. Amor pela vida.